EFEMERIDADE - ECOS DO INSTANTESomos poeira, dançando no vento, Na vastidão do tempo, somos só momento. O que nasce, já morre no mesmo soprar, E o que dura, um dia vai se dissipar. Tudo é breve, o riso, a dor, O toque da vida, o calor do amor. Por mais que queiramos prender o agora, O instante se esvai, e a vida devora. Somos sombras que passam, ecos que vão, Em cada batida, uma breve canção. No jardim da existência, as flores caem, E nas mãos que as tocam, seus vestígios se apagam. Mas há beleza no que não se repete, No brilho fugaz que o olhar reflete. A efemeridade nos ensina a ver, Que o valor está em simplesmente ser. O sol se põe, e logo o amanhã vem, E no ciclo eterno, somos ninguém. Mas no breve pulsar, há imensidão, Na finitude, vive a eterna lição. Tudo passa, e nisso há redenção, Pois naquilo que morre, há sempre renovação. Efêmero é o sonho, efêmera é a dor, Mas no que é passageiro, reside o valor.
Poeticus Eternus
Enviado por Poeticus Eternus em 25/09/2024
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