MISSIL DO HORRORNo ventre de metal, o engenho aflora, Onde ciência e arte, juntas, moram. Engrenagens perfeitas, cálculo sagaz, Tecendo a precisão que a morte faz. Avança aos céus com glória e preceito, Orgulho de nações, potência em conceito. Carrega a sina do futuro avançado, Promessa de paz... num peito rasgado. Tecnologia, espetáculo do saber, Comanda o alvo sem ele perceber. Satélites vigiam, traçam o destino, Enquanto a vida espreita o seu desatino. Ironia cruel de tanto progresso: Inteligência guiando o retrocesso. Destrói com graça, desenha ruínas, Assinatura da dor, de feias retinas. Feito não para criar, mas para estourar, Fazendo corações e lares calar. Arte sinistra, de engenho afiado, De sofrimento, seu toque é louvado. Avança o míssil, vitória vazia, Em nome da paz, traz a agonia. E o gênio humano, tão astuto e frio, Segue cantando... um hino sombrio. Se a precisão mata, e a ciência destrói, Que canto ao progresso, enfim, se constrói? Metal que rasga com fervor de louvor, Esmaga com honra, mas ceifa o amor.
Poeticus Eternus
Enviado por Poeticus Eternus em 31/10/2024
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