OLHO PARA O MOSAICO ( Dedicado á uma mosaicista fantástica)

Olho para o mosaico, espelho do universo,

Onde tesselas de amor se unem no verso.

Pequenos fragmentos, histórias em cores,

Pedaços da vida, de risos e dores.

Cada cor uma memória, uma sensação,

Do azul do céu ao vermelho da paixão.

Cacos do ontem, brilhos do amanhã,

Se entrelaçam na arte que a alma emana.

A técnica sagrada, paciente e precisa,

Como a vida, que em sua dança desliza.

Cola-se peça a peça, com mãos e coração,

Unindo o caos em sublime criação.

No mosaico vejo a vida: imperfeita e bela,

Cores que cantam, cada qual uma novela.

Amarelo do riso, verde da esperança,

Vermelho da saudade, azul da lembrança.

E no fundo, os acordes de uma música etérea,

Como Ali Ferguson ou Kitaro, a harmonia etérica.

Uma melodia que transcende e consola,

Sons que ecoam e a alma desenrola.

Olho para o mosaico e vejo mais que arte,

Vejo a jornada que de nós faz parte.

Enciclopédia de sentidos, de sonhos guardados,

Reflexo das vidas que temos moldado.

Tesselas de amor, coladas com perdão,

Construindo beleza onde havia solidão.

E assim seguimos, entre colas e cortes,

Criando no mosaico um poema de sorte.

Olho para o mosaico e me deixo perder,

Nas linhas sinuosas que nos fazem ser.

Arte e vida, unidas em um só compasso,

Num eterno mosaico de luz e abraço.