A VIDA ( MACHUCA?)
A vida é como o vento em mar revolto, Que ora acalma, ora ergue a tempestade. Nos leva ao topo, ao sonho já solto, Depois nos lança à dor da realidade. Traz brilho ao peito, um riso que enleva, Depois as sombras vêm roubar o brilho. Machuca a alma, a carne que se eleva, E deixa marcas, lições em cada trilho. Mas entre as pedras duras do caminho, Há flores raras, cheias de perfume, Que aliviam o peso e o desalinho. Assim seguimos, entre dor e lume, Vivendo a vida, mesmo em desalinho, Na esperança que a alma sempre assuma. Machuca o peito, fere sem aviso, Com lâminas ocultas no caminho. E quando estende um raro paraíso, Recolhe a paz, deixando-nos sozinhos. Machuca, sim, com dedos de espinheiro, Com mãos que ora afagam, ora destroem. Cicatrizando o sonho verdadeiro, Deixando rastros que em silêncio doem. Mas há no fardo uma lição contida, A força oculta em cada dor que passa. Machuca, sim, mas é da dor sentida Que nasce a flor que em nosso peito enlaça. A vida é luta, eterna travessia, E cada marca guarda seu ensejo. Machuca, sim, mas é na dor sombria Que floresce o amor, ressurge o desejo. E então, na dúvida que em nós reluz, Se a vida é dor, se vale tal labuta, A resposta está na força que conduz: Machuca, sim, mas nos ensina a luta. Poeticus Eternus
Enviado por Poeticus Eternus em 31/12/2024
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