ODE AO BLOCO FILHOS DE GANDHI

Visto-me de azul e branco, sagrado manto,

No perfume do incenso, começo o canto,

Por entre becos e ladeiras, Salvador se rende,

À mágica caminhada, onde a paz se entende.

O vento traz murmúrios de histórias passadas,

Dos que marcharam antes, almas entrelaçadas.

Gandhi nos guia com sua luz eterna,

No bloco, o amor e a paz são a nossa lanterna.

Filhos de Gandhi, mensageiros da união,

Carregamos no peito a mais pura canção,

De respeito, igualdade, sonhos por viver,

A marcha pela vida, por tudo que há de ser.

Nas ruas históricas, os passos ecoam,

Pelourinho e mar se unem, as vozes ressoam.

Cordões de contas, turbantes a girar,

Somos a beleza da Bahia a desfilar.

A dança não é apenas movimento ou gesto,

É a alma a pulsar, o amor manifesto.

Do Ilê Axé, onde o espírito habita,

À paz que a cada esquina nos visita.

Não há espadas, nem guerra, nem opressão,

Apenas a força de um bloco em união.

Na indumentária, ancestralidade e cor,

Somos a mensagem de Gandhi, um eterno clamor.

Sair pela primeira vez é quase um renascer,

Sentir a energia que nos faz transcender.

Na alegria coletiva, meu coração se enlaça,

E Salvador inteira em sua luz me abraça.

Cantemos a paz, o perdão, a igualdade,

Filhos de Gandhi, herdeiros da humanidade.

Que este caminho seja sempre divino,

Um tributo à Bahia e ao espírito cristalino.

No compasso do tambor, a vida celebra,

E a história do bloco em meu ser se integra.

Azul e branco, passos rumo ao amanhã,

Somos Gandhi em Salvador, filhos de Oxalá.