POETICUS ETERNUS

" Somos o que pensamos, fazemos e falamos"

Textos


Ilê Aiyê: A Voz da Ancestralidade

No Curuzu, pulsa um coração negro,

Forjado em luta, resistência e amor.

É o Ilê Aiyê, que brilha há 50 anos,

Espalhando luz, orgulho e cor.

Suas cores, preto e amarelo,

São estandartes de ancestral poder.

Preto de África, de força e história,

Amarelo de ouro, que nunca há de se perder.

Pelas ruas de Salvador,

O Ilê desfila com majestade,

Trazendo temas que são gritos,

De justiça, cultura e liberdade.

Já cantou os reinos africanos,

Rainhas, guerreiros e deuses ancestrais.

Exaltou Benedita da Silva, Ruth de Souza, Carla Akotirene, Mãe Hilda de Jitolu

Com vozes que ecoam pelos carnavais.

No Pelourinho e na Liberdade,

O Ilê é chama que não se apaga.

É o bloco dos excluídos,

Que nunca mais aceita a chaga.

Ilê Aiyê é mais que carnaval,

É templo, é escola, é tradição.

É a poesia viva de um povo,

Que carrega a África no coração.

Cada passo na avenida é história,

Cada tambor é um chamado ancestral.

O Ilê lembra que ser negro é realeza,

E que o racismo nunca será normal.

Curuzu, berço de um sonho coletivo,

Onde a memória jamais se desfaz.

Ilê Aiyê, 50 anos de força,

Eternamente, "Que bloco é esse?" — jamais se calarás!

 

 

Poeticus Eternus
Enviado por Poeticus Eternus em 16/01/2025


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