Ilê Aiyê: A Voz da AncestralidadeNo Curuzu, pulsa um coração negro, Forjado em luta, resistência e amor. É o Ilê Aiyê, que brilha há 50 anos, Espalhando luz, orgulho e cor. Suas cores, preto e amarelo, São estandartes de ancestral poder. Preto de África, de força e história, Amarelo de ouro, que nunca há de se perder. Pelas ruas de Salvador, O Ilê desfila com majestade, Trazendo temas que são gritos, De justiça, cultura e liberdade. Já cantou os reinos africanos, Rainhas, guerreiros e deuses ancestrais. Exaltou Benedita da Silva, Ruth de Souza, Carla Akotirene, Mãe Hilda de Jitolu Com vozes que ecoam pelos carnavais. No Pelourinho e na Liberdade, O Ilê é chama que não se apaga. É o bloco dos excluídos, Que nunca mais aceita a chaga. Ilê Aiyê é mais que carnaval, É templo, é escola, é tradição. É a poesia viva de um povo, Que carrega a África no coração. Cada passo na avenida é história, Cada tambor é um chamado ancestral. O Ilê lembra que ser negro é realeza, E que o racismo nunca será normal. Curuzu, berço de um sonho coletivo, Onde a memória jamais se desfaz. Ilê Aiyê, 50 anos de força, Eternamente, "Que bloco é esse?" — jamais se calarás!
Poeticus Eternus
Enviado por Poeticus Eternus em 16/01/2025
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