O QUE É A VIDA?

A vida...

É o instante que escapa entre os dedos,

um sussurro do tempo em constante partida,

um eco de risos que se perdem no vento,

e lágrimas que fertilizam o solo da memória.

É o sol que nasce sem promessas,

e se põe sem pedir licença,

um ciclo incessante de luz e sombra,

desenhando destinos em nuances fugazes.

É o abraço quente que desfaz o vazio,

e o silêncio frio que nos lembra do fim,

uma dança eterna entre presença e ausência,

onde o agora é o único palco que nos resta.

A vida é um mistério que se desvela aos poucos,

um livro sem epílogo,

uma pergunta sem resposta,

e, ainda assim, a pergunta mais importante.

Somos notas dispersas numa sinfonia do acaso,

cometendo erros, cantando amores,

escrevendo versos que talvez nunca leiam.

Então, o que é a vida, senão um suspiro?

Uma chama breve que ilumina o infinito.

E mesmo sabendo que um dia se apaga,

vivemos,

pois é na chama que encontramos o sentido.

A vida é o contraste,

a luta entre o querer e o ter,

entre o ser e o parecer,

um mosaico de escolhas,

cujas peças nem sempre se encaixam.

É o peso de um “porquê” não respondido,

e a leveza de um “agora” vivido.

É a fome insaciável de eternidade

num corpo que se dissolve em finitude.

Talvez a vida seja amor travestido em dor,

ou dor moldada para ensinar amor.

Talvez seja apenas o risco no papel

que espera ser lido por olhos que ainda virão.

É a certeza de que nada é certo,

e a coragem de caminhar mesmo assim.

É aprender a dançar na chuva,

mesmo sabendo que o sol pode nunca voltar.

E se a vida for apenas um ensaio,

um prelúdio de algo maior,

um treino de alma para o eterno,

então o que importa não é o tempo,

mas a intensidade de cada pulsar.

A vida, enfim,

não é o que buscamos,

mas o que encontramos ao buscar.

É a viagem, não o destino,

o milagre que pulsa dentro de nós

mesmo quando não o reconhecemos.

E talvez...

seja apenas isso:

viver,

como se o agora fosse tudo,

e o amor, a única verdade.