POETICUS ETERNUS

" Somos o que pensamos, fazemos e falamos"

Textos


ESQUINAS E LADEIRAS (Um tributo poético à Salvador)

Nas curvas que se dobram com encanto,

Das ladeiras do Pelô, história e luz,

O tempo ali descansa em cada canto,

E o vento canta a fé que nos conduz.

II

Na Ladeira do Carmo, amor persiste,

Nos passos lentos, ouve-se um refrão,

E na do Contas, o passado insiste,

Sussurra aos becos: é nossa a tradição.

III

Ladeira da Preguiça, repouso e brisa,

O mar ao longe abraça o céu dourado,

E o vento que nas pedras se desliza

Guarda segredos de um sonho encantado.

IV

Na Ladeira da Barra, o sol se estende,

Beijando o chão que abriga tantas cores,

Ali a vida pulsa, e se compreende

Que em cada curva há música e amores.

V

A Revolta dos Malês, na ladeira,

É luta viva, é grito de memória,

Cada degrau, palavra verdadeira,

Um marco eterno da nossa história.

VI

A Ladeira da Fonte Nova canta

Com o suor que ergueu seu chão antigo,

Das festas, das paixões, da voz que encanta,

E do futuro que caminha contigo.

VII

Ladeira do Barbalho, olhar sereno,

No alto ergues a cruz de quem espera,

És testemunha do tempo terreno,

Guardando fé que nunca desespera.

VIII

Água Brusca, ladeira que murmura,

O nome teu já traz tua energia,

Descendo entre paredes de ternura,

Ressoa em nós como uma melodia.

IX

Esquinas mágicas, cenário eterno,

O Largo do Rosário é altar,

E o Dois de Julho, com fervor moderno,

Guarda o brado da luta a retumbar.

X

Do Elevador avisto o infinito,

Entre ladeiras, vida a pulsar forte,

No Comércio, um poema inaudito,

De resistência, em cada sul e norte.

XI

Esquinas e ladeiras são memórias,

São versos vivos de um povo tão quente,

Salvador é poesia e suas glórias

Ecoam sempre no peito da gente.

XII

Por ti, cidade, versos dedico,

Teu chão declama vida a cada instante,

És Salvador, com teu olhar tão rico,

Onde o passado e o presente são amantes.

XIII

E assim prossigo, por tuas ladeiras,

Com coração que ao teu som se entrega,

Em cada esquina, paixões verdadeiras,

Na poesia, a alma em ti navega.

Poeticus Eternus
Enviado por Poeticus Eternus em 11/02/2025


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