NÃO DEU TEMPO

É verdade

Não deu tempo

De um último abraço

De um último beijo

Não deu tempo

E não pude retrocede-lo

E nem para-lo

Um último olhar

Uma última conversa

Um passeio pela orla

Juntos saboreando um acarajé

Trocando idéias e sonhos

Não deu tempo

E agora escrevo a saudade

Que faz falta em meu cotidiano

Como uma lacuna aberta

Como uma ferida que não fecha

Não deu tempo

De saber o que pensava

De saber o que fazia

De saber o planejava

Momento vividos

Que não mais teremos

Que não mais vamos viver juntos

Não deu tempo

Seu grito não foi ouvido

Seu clamor passou despercebido

E agora escrevo

Para seguir adiante

Com a saudade latente

Com sua falta reinante

Não deu tempo

E teremos que continuar

Nesta caminhada

Nesta estrada chamada vida!