![]() GENOCIDIOForam corpos, milhares, milhões — sangue que escorreu em nome de um ideal doentio. Foram nomes apagados da história, mas gravados na carne do tempo. Foram olhos abertos diante da morte, e olhos fechados pelo silêncio cúmplice. Foi o rastro de botas no campo e o sussurro de orações entre os arames. Houve Auschwitz, houve Ruanda, houve Armênia, Houve na Kampuchea Houve em Srebenica houve Congo, houve América Indígena, Há em Gaza Há no Sudão Há em Myamar houve tudo — tudo que deveria nunca ter sido. Os que mandaram não sujaram as mãos, mas escreveram decretos com cheiro de pólvora. Os que morreram, morreram duas vezes: pelo esquecimento e pelo negacionismo. Eram homens, mulheres, crianças que choravam leite e pólvora. Eram vidas enterradas com pressa, sem nome, sem luto, sem lápide. Foram os amores interrompidos, as línguas silenciadas, os sonhos queimados em fornos ou degolados em plantações. Foi Deus calado? Onde estava ele(a)? outra vez, no abismo da fé sem resposta. Foi o humano sendo menos que poeira, menos que bicho, menos que nada. Mas agora, eu escrevo. Eu denuncio. Eu ergo minha voz contra o esquecimento. Porque cada poema é um grito, cada verso é uma lápide erguida. Cada palavra é um corpo que se recusa a desaparecer. Não, não esqueceremos. Não, não aceitaremos. Não, não repetiremos. Nos tornamos desumanos É este o Homem? Sem nome, sem passado, sem família, sem esperança(?) O genocídio é o inferno feito à mão. E a poesia — é a última trincheira da humanidade. Nos tornamos desumanos É este o Homem?
Poeticus Eternus
Enviado por Poeticus Eternus em 06/04/2025
Comentários
|