![]() GEOPOLITICA: PALCO DO PODERDo Tratado de Tordesilhas À Guerra Fria congelada em silêncios, Da partilha da África por linhas invisíveis À queda do muro que dividia mundos, O palco sempre foi o mesmo: O globo, esférico e frágil, Onde dançam as potências, Ao som de sinfonias bélicas e tratados duvidosos. Impérios nasceram e ruíram, Roma caiu, Bizâncio ardeu, O Oriente Médio foi redesenhado Pelo traço colonial europeu. As guerras? Sempre em nome da paz. Os mortos? Sempre longe dos salões de decisão. E hoje? A história não mudou o script, Apenas mudou os atores e os satélites. Vemos Gaza chorar, Ucrânia sangrar, Taiwan tensionar, E as crianças, onde estão? Enterradas sob escombros ou em campos de refugiados. O petróleo ainda unge os escolhidos, O lítio virou ouro branco, A floresta? Um obstáculo. A água? Um ativo. Os valores? Estão cotados na bolsa de valores. E os bancos sorriem. E os drones vigiam. E os dados nos viciam. E a empatia, essa está em exílio diplomático. Geopolítica — Jogo de xadrez com peças humanas. Os reis não sangram, Mas os peões, sim. E a ONU escreve resoluções Que o vento digital leva. E a OTAN arma fronteiras Com promessas de paz em tons de chumbo. E o mundo gira, Não ao redor do sol, Mas ao redor do lucro. Eu, poeta do tempo, Leio mapas como quem lê cicatrizes. Vejo tratados como pactos de silêncio. E escrevo versos como resistência, Como abrigo, Como esperança em meio à geopolítica da indiferença. Pois ainda acredito Que o amor, este sim, Poderá um dia ser pauta global.
Poeticus Eternus
Enviado por Poeticus Eternus em 09/04/2025
Comentários
|