![]() DISTOPIAEles prometeram o paraíso Mas nos deram grades invisíveis Cercas eletrônicas para os sonhos E um silêncio imposto às palavras livres Caminhamos entre prédios altos Com corações baixos e olhares opacos Máquinas sorriem — mas não sentem Enquanto sentimos — e não sorrimos A esperança, agora codificada, Só acessível com senha e permissão E os livros? Trancados em vitrines Como relíquias perigosas do pensar Chamam de progresso o esquecimento De tudo que é humano, falho, belo Onde o afeto virou fraqueza E a empatia, erro de sistema Mas eu insisto — Versifico em segredo, Planto poemas nas calçadas E sonho com revoluções líricas Pois mesmo sob cinzas digitais Ainda que me silenciem ou disfarcem A poesia resistirá nos sussurros De quem ousa imaginar outro amanhã Distopia é só o nome do cárcere Mas minha alma… ainda é livre.
Poeticus Eternus
Enviado por Poeticus Eternus em 19/04/2025
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