![]() D.R.O.N.E.Desejo de ver tudo de cima, Como quem busca o todo num único plano. Mas esquece que a alma não cabe em pixels, Nem a dor se revela num campo aberto e plano. Ronda os céus como um anjo mecânico, Mas não carrega oração, nem compaixão. É olho de aço, vigilante impassível, Que nada sente, mas tudo vê — sem coração. Olhos que não piscam, que não choram, Capturam o mundo, mas não o entendem. Nessa dança entre o real e o frio controle, A vida se torna alvo... e a poesia, ausente. Não há refúgio na altura do voo, Se o medo agora vem do céu. Diz-se progresso, chama-se avanço, Mas quantas vidas já despediu ao léu? Entre nuvens e silêncios programados, A máquina voa, mas quem conduz a alma? Pois o que voa sem ética, perde o rumo, E o céu — tão vasto — se fecha em trauma.
Poeticus Eternus
Enviado por Poeticus Eternus em 25/04/2025
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