POETICUS ETERNUS

" Somos o que pensamos, fazemos e falamos"

Textos


Nas ruínas do mundo sussurram ecos

Um ontem que não finda, um hoje que sangra.

Cinzas cobrem a alvorada, rasgam a pele das almas esquecidas.

Gritos afogados no vento, uma prece que já não ecoa.

No gueto, no cerco, na sombra, há um destino que se repete

Pés descalços pisam cinzas, tremem diante dos fantasmas que sabem o nome da dor.

Há crianças sem infância, mães sem lágrimas, homens sem rosto

Cidades sem amanhecer.

E o mundo, com olhos cerrados, desvia a vista

Silencia, como se o sangue que escorre não fosse tinta na sua história.

Mísseis desenham no céu mapas de sofrimento

Paredes esmagam esperanças, destroem nomes antes de virarem túmulos.

São ecos do passado, mas quem ouve? Quem responde?

O pó que um dia sufocou guetos, agora paira sobre Gaza.

E a liberdade, exilada, escreve suas últimas palavras no concreto esfarelado das ruínas

Antes de desaparecer com o vento.

Mas há olhos que ainda choram, vozes que ainda clamam

Mãos que erguem destroços como estandartes de memória.

Porque esquecer é matar de novo

Calar é construir muros mais altos

E permitir é sangrar com as próprias mãos a esperança que já quase se perdeu

Um gueto que se consolida

E que o mundo se silencia

Um povo que vai se exterminando

Perdendo a dignidade de ser humano

Com uma segregação forçada

Retirando os mais elementares direito humanos

Pobreza em ascensão

Gueto de Gaza

Infraestrura deficiente, marginalização, isolamento

Retornando aos mais primórdios estágios de uma civilização

Estigma crescente

Com um confinamento assustados

Envolto pela violência das bombas e drones gratuitos

Gueto de Gaza

Nada diferente do Gueto de Varsóvia

Ou o Gueto Nuevo de Veneza

Ou os guetos espalhados pelo mundo chamados de enclaves

Enclave/Gueto de Gaza

Terror em andamento

Genocidio em curso!

Poeticus Eternus
Enviado por Poeticus Eternus em 09/05/2025


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