POETICUS ETERNUS

" Somos o que pensamos, fazemos e falamos"

Textos


OLHAI O SILÊNCIO DOS MUNDOS

A alma que medita, centelha em cada ser que palpita,

Mas fitai, oh, povos mudos, nações de olhar desviado,

A Gaza em jejum, espectro de um futuro olvidado.

A carne da história crua, a fome que rói a infância,

A morte que não recua. O silêncio ensurdecedor,

Mais que mil bombas que explodem,

cobre a terra profana, Inominável desordem.

Em cada rosto exaurido, a falta, o vazio profundo,

Rasga o véu da indiferença que veste este mundo.

A assistência negada, a lágrima seca no rosto,

São gritos abafados, um clamor que não tem monstro.

O genocídio se insinua, sombra que a memória apaga,

Enquanto a retórica vã, a verdade esfarrapa e esmaga.

O silêncio das grandes potências, conivente e glacial,

É o fermento da injustiça, um pecado original.

O espírito que transcende, que busca a conexão,

Sente a dor palestina como própria aflição.

A lei moral que nos guia, a voz da consciência viva,

Não podem calar-se diante de tamanha deriva.

Que o silêncio se converta em onda de indignação,

Que a inércia se desfaça em gestos de compaixão.

Pois somos todos um corpo, ligados pelo sofrer,

E calar diante da injustiça é também morrer.

Que a poesia seja um farol, na escuridão da descrença,

Um chamado à humanidade, à perdida inocência.

Que o silêncio dos povos cesse, e a justiça enfim floresça,

E em Gaza, a vida renasça, forte e plena de promessa

 

Poeticus Eternus
Enviado por Poeticus Eternus em 22/06/2025


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