![]() OLHAI O SILÊNCIO DOS MUNDOSA alma que medita, centelha em cada ser que palpita, Mas fitai, oh, povos mudos, nações de olhar desviado, A Gaza em jejum, espectro de um futuro olvidado. A carne da história crua, a fome que rói a infância, A morte que não recua. O silêncio ensurdecedor, Mais que mil bombas que explodem, cobre a terra profana, Inominável desordem. Em cada rosto exaurido, a falta, o vazio profundo, Rasga o véu da indiferença que veste este mundo. A assistência negada, a lágrima seca no rosto, São gritos abafados, um clamor que não tem monstro. O genocídio se insinua, sombra que a memória apaga, Enquanto a retórica vã, a verdade esfarrapa e esmaga. O silêncio das grandes potências, conivente e glacial, É o fermento da injustiça, um pecado original. O espírito que transcende, que busca a conexão, Sente a dor palestina como própria aflição. A lei moral que nos guia, a voz da consciência viva, Não podem calar-se diante de tamanha deriva. Que o silêncio se converta em onda de indignação, Que a inércia se desfaça em gestos de compaixão. Pois somos todos um corpo, ligados pelo sofrer, E calar diante da injustiça é também morrer. Que a poesia seja um farol, na escuridão da descrença, Um chamado à humanidade, à perdida inocência. Que o silêncio dos povos cesse, e a justiça enfim floresça, E em Gaza, a vida renasça, forte e plena de promessa
Poeticus Eternus
Enviado por Poeticus Eternus em 22/06/2025
Comentários
|