![]() AUTOCRACIA ( Ecos de um mundo em sombra)
Erguem-se torres de vidro e silêncio, onde outrora havia praça, povo, e dança. A liberdade se veste de verniz — disfarce polido para o punho que aperta.
Ouves? É o rugido da propaganda, que embala com promessas o sono da razão. Com um toque de ouro e ordem, dizem que o medo vale mais do que a dúvida.
Mas o espírito não se compra com censura, nem a alma se curva diante de algoritmos. Há uma canção ancestral soprando nos campos, onde a semente da consciência ainda floresce.
Não há pátria no totalitarismo travestido, só trincheiras cavadas com a língua do esquecimento. E mesmo assim, resistem as árvores: sabem que o tempo é mais sábio que o poder.
Levanta-te, leitor, e observa: o discurso que nega a verdade é o mesmo que desacredita o sonho.
Cultiva, pois, a dúvida fértil, acolhe o pensamento que inquieta, e nunca troques teu silêncio por conforto.
A poesia — como o amor, não sobrevive em jaulas douradas. Ela pulsa, foge, ressurge, nas entrelinhas do que não querem que vejas.
Segue. Com olhos que veem para além da vitrine. Com mãos que escrevem contra o apagamento. Com alma que se recusa a ser moldada por quem teme o brilho de um espírito livre.
Poeticus Eternus
Enviado por Poeticus Eternus em 27/06/2025
Comentários
|