POETICUS ETERNUS

" Somos o que pensamos, fazemos e falamos"

Textos


PALESTINA LIVRE/PALAESTINA LIBERA

Palestina Livre / Palaestina Libera

Palestina, terra de poeira e promessas,

Palaestina, terra pulveris et promissionum,

onde os céus choram antigos profetas

ubi caeli plorant antiquos prophetas

e as pedras guardam segredos

et lapides arcana servant

que os impérios não souberam calar.

quae imperia silere nescierunt.

 

Sanguis in arena,

o sangue não seca —

cruor in harena non exsiccatur —

ele clama, como eco dos séculos,

clamitat, velut echo saeculorum,

nos olhos das crianças sem escola,

in oculis puerorum sine schola,

nos muros quebrados de Gaza,

in muris fractis Gazae,

nos cantos roucos das mães que velam.

in cantibus raucis matrum vigilantium.

 

Que liberdade é essa,

Quae est ista libertas,

que chega em forma de míssil?

quae in figura missilis advenit?

Que justiça cega

Quae caeca iustitia

escolhe quem deve viver e quem deve calar?

eligit quis vivere et quis tacere debeat?

 

Historia est cicatrix.

(A história é cicatriz)

E na pele de cada oliveira

Et in cute cuiusque olivae

há séculos de resistência,

sunt saecula resistentiae,

de um povo que dança

populi qui saltat

mesmo entre ruínas.

etiam inter ruinas.

 

Não há templo que valha a dor de um menino,

Nullum templum valet dolorem pueri,

nem promessa divina que justifique o exílio.

nec promissio divina exsilium iustificat.

O Deus da paz não habita foguetes,

Deus pacis non habitat missilia,

nem celebra cercas e bloqueios.

nec laetatur clausuris et obsidionibus.

 

Amor vincit hostes.

(O amor vence os inimigos)

E vencer, para ti, Palestina,

Et vincere, tibi, Palaestina,

é existir apesar da ausência,

est exsistere non obstante absentia,

é cantar mesmo em silêncio,

est canere etiam in silentio,

é escrever teu nome na poeira

est nomen tuum scribere in pulvere

sem que o vento o leve.

sine ut ventus eum auferat.

 

Palestina,

livre não serás por decreto —

Palaestina, libera non eris per decretum —

mas pelo verso que resiste,

sed per versum qui resistit,

pela memória que insiste,

per memoriam quae perseverat,

pela alma que não se curva.

per animam quae non flectitur.

Poeticus Eternus
Enviado por Poeticus Eternus em 24/07/2025


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras